CORONAVÍRUS: A DOR DO FRANQUEADO É TAMBÉM A DOR DO SEU FORNECEDOR?

 Vivemos tempos difíceis, impensáveis em qualquer plano de negócios de pequenas, médias ou grandes empresas. Ao levantar os riscos potenciais no projeto de empreender, dificilmente foi considerada a possibilidade de uma pandemia que atingiria quase todo o planeta. Nosso franqueador, seus parceiros e nossos fornecedores nem imaginavam que teriam que vivenciar uma negociação onde o objetivo não seria entregar mais produtos por menores preços, e sim aceitar devoluções ou estender prazos de pagamentos devido ao varejo estar de portas fechadas.

 Ao receber o choque de ter que fechar as portas, sem prazo determinado para reabertura, o empresário começa a fazer contas: folha de pagamento, contas a pagar fornecedores, despesas com aluguéis, energia elétrica... como sobreviver a essa pandemia? Bem, estamos todos no mesmo barco, logo os fornecedores vão ter que entender: suas NF vencidas ficarão em aberto! Essa seria uma medida lógica quando pensamos apenas no nosso negócio, olhamos apenas para dentro da nossa loja. E vamos além: temos que dispensar nossa equipe de vendas, já que a folha de pagamentos representa um percentual altíssimo das despesas.

Essas medidas podem parecer lógicas à primeira vista. No entanto, esquecer que o nosso negócio faz parte de uma cadeia, onde o meu fornecedor depende de seus fornecedores, e eu dependo dele... é um castelo de cartas. Se alguém derruba uma carta, todas caem. Como vou ficar, ao terminar a crise, se os meus fornecedores não existirem mais?

É hora de pensar em conjunto. Devolver todo o estoque, não pagar nenhuma fatura vencida pode ser um “tiro no pé”. Quem sabe o fornecedor possa bonificar parte do estoque existente, em troca do pagamento parcial das faturas? E se o fornecedor tiver outros clientes que não estejam fechados e, ao contrário, vendam muito mais nesse momento difícil? Poderemos devolver todo o estoque e cancelar a compra! Enfim, é hora de pensar como cadeira, e não individualmente. Todos podem sair fortalecidos, se entendermos a importância que cada elo tem.

Qual a melhor saída? Vamos conversar???


Marcelo Guimarães de Senna

Especialista em gestão de empresas varejistas e franquias, consultoria em gestão, gerenciamento de projetos, operações, negociações, recursos humanos e treinamento. Consultor em Angola coordenando projeto na maior rede de postos de combustíveis e lojas de conveniência do país.

Mestre em Administração (COPPEAD/UFRJ), Economista (UFRJ), Consultor.

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